domingo, 27 de março de 2011

Proposta de Trabalho ( 7.º E )

Relacionar o conto tradicional, «O sal e a água», com a peça de Alice Vieira, Leandro, Rei da Helíria.
«O sal e a água»

Um rei tinha três filhas; perguntou a cada uma delas, por sua vez, qual era a mais sua amiga?

A mais velha respondeu:

- Quero mais a meu pai do que à luz do Sol.

Respondeu a do meio:

- Gosto mais do meu pai do que de mim mesmo.

A mais moça respondeu:

- Quero-te tanto como a comida quer o sal.

O rei entendeu por isto que a filha mais nova não o amava tanto como as outras e pô-la fora do palácio.

Ela foi, muito triste, por esse mundo e chegou ao palácio de um rei, aí ofereceu-se para ser cozinheira.

Um dia veio à mesa um pastel muito bem feito, o rei ao parti-lo achou dentro um anel muito pequeno e de grande preço. Perguntou a todas as damas da corte de quem seria aquele anel. Todas quiseram ver se o anel lhes servia; foi passando, até que chamaram a cozinheira e só a ela o anel servia.

O príncipe viu isto e ficou logo apaixonado por ela, pensando que era de família nobre. Começou então a espreitá-la, porque ela só cozinhava às escondidas e viu-a vestida com trajes de princesa. Foi chamar o rei seu pai e ambos viram o caso.

O rei deu licença ao filho para casar com ela, mas a menina tirou por condição que queria cozinhar pela sua mão o jantar do dia da boda.

Para as festas do noivado convidou-se o rei que tinha as três filhas e que pusera de fora a mais nova.

A princesa cozinhou o jantar, mas nos manjares que haviam de ser postos ao rei seu pai não pôs sal de propósito. Todos comiam com vontade, mas só o rei convidado é que nada comia.

Por fim, perguntou-lhe o dono da casa, porque é que o rei não comia. Respondeu ele, não sabendo que assistia ao casamento da filha:

- É porque a comida não tem sal.

O pai do noivo fingiu-se raivoso e mandou que a cozinheira viesse ali dizer porque é que não tinha posto sal na comida.

Veio então a menina vestida de princesa, mas assim que o pai a viu, conheceu-a logo e confessou ali a sua culpa por não ter percebido quanto era amado pela sua filha, que lhe tinha dito que lhe queria tanto como a comida quer o sal e que depois de sofrer tanto nunca se queixara da injustiça de seu pai.


in, Contos Tradicionais, Teófilo Braga

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